Dr. Mauro Bibancos

Substâncias químicas PFAS e sua relação com a fertilidade

Em um recente documentário produzido por pesquisadores italianos, entre eles meus grandes amigos Carlo Foresta e Andrea Garolla,  professores da Universidade de Padova, onde tive a honra de fazer meu mestrado em Andrologia e atualmente sou pesquisador associado, substâncias químicas utilizadas pela indústria, chamadas de PFAS (Substâncias PerFluoro Alquídicas) têm  sido associadas à contaminação dos lençóis freáticos e mananciais de água; e indiretamente dos animais e alimentos que ingerimos.

A estrutura química das PFAS confere estabilidade térmica e resistência aos principais processos de degradação naturais, portanto, a eliminação ilegal ou incorreta destas substâncias pode levar à contaminação ambiental, sendo tóxica tanto para o ambiente como para a saúde humana. 

Diversos trabalhos científicos, há anos, associam a toxicidade destas substâncias ao desenvolvimento de diferentes tipos de câncer. Mais recentemente, endossado também pelo documentário da RAI (TV Italiana), as PFAS têm sido associadas à alterações na fertilidade, como queda na produção de testosterona (a atividade do receptor de testosterona pode diminuir cerca de 50%), na mobilidade espermática e na produção de espermatozoides. 

É possível que alterações seminais, até então tidas como idiopáticas (desconhecidas), tenham relação com a contaminação por agentes tóxicos da água, solo e alimentos.

É importante nos atentarmos, cada vez mais, para esse fator, durante os tratamentos de Reprodução Assistida, trabalhando para melhorar as características seminais, como forma de elevarmos os resultados positivos e taxas de sucesso.

Em relação aos fatores femininos, também é importante termos consciência de que a mulher não está isenta de alterações. As PFAS podem se conectar aos receptores do hormônio progesterona, diminuindo os resultados nos tratamentos de Reprodução Humana, bem como aumentando as taxas de aborto espontâneo e a transmissão das substâncias para o bebê.

No vídeo a seguir, falo um pouco mais sobre essa relação e como estas substâncias podem interferir na FERTILIDADE MASCULINA E FEMININA.

Assista ao documentário completo da RAI abaixo. No vídeo é possível entender como ocorre a contaminação das águas, a relação entre as PFAS com alterações na fertilidade; e outras doenças como infarto do miocárdio e Alzheimer.

Fotos com o amigo e pesquisador italiano, Andrea Garola, em meu Mestrado de Andrologia em Padova, Itália:

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