Dr. Mauro Bibancos

DÚVIDAS FREQUENTES

Qual o melhor tratamento para o meu caso?

Quando um casal inicia um tratamento de Reprodução Assistida, é normal ter o questionamento sobre qual o melhor tratamento para o seu caso, se a fertilização in vitro (FIV) é melhor que a inseminação intra-uterina (IIU), etc.

 

As taxas de sucesso para uma gravidez dependem de diversos fatores como idade do casal, reserva ovariana da mulher ou gravidade do problema masculino, e as indicações de cada tratamento variam de acordo com cada caso.

 

A fertilização in vitro geralmente é indicada para casos de infertilidade mais complexos (endometriose profunda; baixa reserva ovariana; homens com alteração no sêmen como baixa concentração ou mobilidade), enquanto a inseminação intra-uterina é indicada para casos de menor complexidade como alterações leves no sêmen e distúrbios de ovulação.

 

É preciso entender cada caso, avaliar o histórico de cada casal de maneira individualizada (com suas particularidades) para que possamos indicar a melhor conduta e o tratamento necessário.

Qual a diferença entre Inseminação Intra-Uterina e Fertilização In Vitro

De maneira geral, a inseminação intra-uterina (IIU) é indicada para casos de menor complexidade, como alterações ovulatória e/ou seminal discretas; e a fertilização in vitro em casos mais complexos como homens azoospérmicos, mulheres com endometriose ou alterações nas tubas uterinas, fragmentação do DNA seminal, entre outros.

 

Na inseminação intra-uterina, a mulher passa por uma estimulação ovariana induzida por medicamentos (que dura em média em torno de 13 a 15 dias) para amplificar a produção de óvulos no mês, e então os espermatozoides (preparados em laboratório) são colocados no interior do seu útero para que a fecundação ocorra.

 

Na fertilização in vitro, também há indução para captação de óvulos, mas em geral, com patamares maiores de medicação. Após esse período, diferentemente da IIU, é feita a coleta dos óvulos e sua fecundação em laboratório (fora do corpo da mulher). A partir disso, espera-se a formação do embrião até o quinto dia (também chamado de blastocisto), que então, será colocado no útero da mulher.

 

É importante ressaltar que cada caso deve ser tratado de maneira individualizada, em que o protocolo a ser utilizado pode variar de mulher para mulher.

Como elevar as taxas de sucesso de uma Fertilização In Vitro (FIV)?

Ouvir o paciente, sua história de vida, estudar o CASAL e encontrar o timing exato de tratá-lo são alguns dos fatores imprescindíveis para aumentar as chances de sucesso em um tratamento de Reprodução Assistida.

Outros fatores também devem ser considerados, como:

  • Idade da mulher e do homem: depois dos 35 anos, as mulheres começam a produzir menos óvulos, o que pode reduzir as chances de gravidez. Já, nos homens, a idade pode alterar a qualidade dos espermatozoides. O congelamento de óvulos e espermatozoides pode ser eficiente nesses casos;

  • Hábitos de vida: hábitos não saudáveis como consumo etilismo, tabagismo e sedentarismo podem alterar a saúde reprodutiva do homem e da mulher, prejudicando não apenas seus gametas (alterações de qualidade dos óvulos; de qualidade, morfologia e mobilidade dos espermatozoides) como a fixação do embrião no endométrio da mulher;

  • Fatores físicos: exames preventivos e diagnóstico precoce de doenças ou alterações como endometriose e mioma na mulher; e varicocele no homem podem elevar as taxas de sucesso da Fertilização in Vitro (FIV);

  • Saúde mental e equilíbrio emocional: são fatores essenciais, já que tentativas com resultado negativo podem gerar frustração e insegurança nos casais. Auxílio psicológico, apoio de amigos e familiares pode ser muito importante nesse período;

  • Fatores relacionados à qualidade de vida: alimentação equilibrada e prática regular de atividade física também melhoram as taxas de sucesso de uma FIV;

  • Escolha do médico e equipe: a relação de confiança entre o casal, seu médico e equipe aumentam a segurança e tranquilidade durante o tratamento, interferindo de maneira positiva

Cada casal tem suas particularidades, uma rotina de relações sexuais e hábitos preestabelecidos – que podem ser saudáveis ou não – portanto, antes de intervirmos, é importante entender mais profundamente essas questões, para assim, elevar as taxas de sucesso do tratamento.

Fertilização In Vitro (FIV): Qual a chance de ter gêmeos?

A evolução da medicina permitiu a muitos casais que o sonho de ter um bebê fosse alcançado por meio da Reprodução Assistida.

Em contrapartida, para alguns casais, a chance de uma gravidez gemelar pode gerar medo e preocupação.

Durante o processo da FIV (Fertilização in Vitro) os gametas feminino (óvulo) e masculino (espermatozoide) são unidos em laboratório para a criação de embriões. Após o desenvolvimento desses embriões (em alguns dias), eles são transferidos para o útero da mulher

Atualmente, a decisão sobre a quantidade de embriões que serão transferidos deve ser feita pelo casal em conjunto com seu médico, que deve seguir a quantidade máxima permitida pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) e levar em consideração fatores como: quantidade de embriões formados; tentativas anteriores; desejo (ou não) de gestação gemelar; possíveis complicações; idade da mulher; etc.

Além disso, a implantação do embrião depende da qualidade dos óvulos, espermatozoides e embriões; características do endométrio e interação entre endométrio/embrião(ões). Se todas as etapas forem realizadas e obtidas com qualidade, o número de embriões transferidos pode ser reduzido, diminuindo a incidência de gestação gemelar sem alterar as chances de gravidez.

O que sempre recomendo é que o casal procure um médico especialista em Reprodução Humana e esclareça todas as suas dúvidas, escolhendo assim, o melhor caminho para a sonhada gravidez.

Quando procurar um banco de sêmen ou de óvulos?

O avanço na área de Reprodução Assistida permite que o sonho de ter filhos seja cada vez mais possível.

Porém, mesmo com os diversos tratamentos existentes para homens e mulheres com problemas de fertilidade, ainda há casos (mais raros) em que é necessário o uso de banco de óvulos ou sêmen.

Situações em que o óvulo e/ou o espermatozoide do casal não podem ser utilizados; casos de casais homoafetivos e mulheres solteiras que optam por maternidade independente, são alguns dos exemplos onde, somado às técnicas de fertilização, o banco de gametas mostra-se uma alternativa relevante.

As técnicas de Reprodução Assistida utilizadas para a fecundação serão as mesmas, e realizadas da mesma forma, com a diferença de que o óvulo e/ou espermatozoide serão de doadores provenientes de um banco de doação de gametas.

Em todos os casos, os doadores precisam passar por uma série de exames que comprovam a saúde física e mental para estarem aptos a doar o material genético.

Ao redor do mundo, existem algumas variações neste processo, principalmente à respeito da disponibilização de informações sobre o doador no banco de dados.

No Brasil, estas informações ficam armazenadas e são fornecidas de forma anônima para quem recorre ao banco na hora de escolher um doador de sêmen ou doadora de óvulo.

O que sempre recomendo é que o casal procure um médico especialista em Reprodução Humana e esclareça todas as suas dúvidas, escolhendo assim, o melhor caminho para a sonhada gravidez.

Uma paciente que fez laqueadura pode engravidar?

A laqueadura é um processo de esterilização feminina definitiva, que consiste no rompimento das tubas uterinas para impedir a passagem do espermatozoide.

Ela costuma ser mais indicada para pacientes que apresentam problemas de saúde, como hipertensão, diabetes ou histórico de eclampsia (convulsões durante a gestação).

Como a laqueadura não altera a ovulação da mulher, é possível reverter o procedimento, mas para isso, uma série de fatores precisam ser analisados, como: idade da paciente; comprimento e vitalidade dos segmentos de trompas a serem unidos novamente; técnica utilizada para a realização da laqueadura; quantidade de tecido de cicatrização na região da cirurgia e habilidade do cirurgião.

A reversão pode funcionar melhor em mulheres mais jovens, com menos de 35 anos, e que não apresentem fatores de infertilidade. Para pacientes com idade superior a essa faixa etária, a fertilização in vitro (FIV) pode ser uma alternativa mais eficiente e segura para a gravidez. Quando as trompas são reconstituídas, elas podem não recuperar toda a sua função, podendo gerar problemas durante a gravidez. Um deles é a ocorrência de uma gestação ectópica (na própria trompa).

Por isso, antes de optar pela laqueadura, é mais indicado o uso de outros métodos contraceptivos como o DIU, pílulas anticoncepcionais orais ou injetáveis, de acordo com cada caso.

Pacientes vasectomizados podem ter filhos?

A vasectomia é um procedimento cirúrgico que consiste na interrupção da circulação dos espermatozoides produzidos pelos testículos e conduzidos através do epidídimo (tubo que se localiza na parte superior dos testículos) para os ductos chamados deferentes que desembocam na uretra.

É um método de contracepção seguro que torna o homem estéril, mas não interfere na produção de hormônios masculinos nem em seu desempenho sexual.

A reversão da vasectomia é um ato tecnicamente viável e possível, que também depende da capacidade dos testículos continuarem a produzir espermatozoides. Dados clínicos mostram que se a reversão for feita com menor tempo de vasectomia, os resultados poderão ser melhores.

Existem alguns critérios a serem avaliados antes da indicação da cirurgia de reversão da vasectomia como: idade do paciente; tipo de ligadura realizada (técnica usada na cirurgia de vasectomia); distância entre os 2 pontos de obstrução dos ductos; presença de fibrose e/ou obstruções abaixo do lugar em que foi feita a ligadura.

Após consulta para avaliação, exame clínico e exames laboratoriais, se for constatado que a cirurgia de reversão é inviável, o casal pode contar com tratamentos de Reprodução Assistida, como a fertilização in vitro com captura de espermatozoides.

Através de uma punção, é possível retirar os espermatozoides diretamente do testículo ou epidídimo (reservatório acoplado ao testículo).

É importante salientar que como a punção pode inviabilizar uma futura reversão de vasectomia, a escolha pela punção ou reversão deve ser feita de maneira cuidadosa, após avaliação criteriosa do médico especialista.

Um homem que já teve câncer pode ter filhos?

Nem todos os tratamentos oncológicos causam infertilidade. Tudo depende do tipo de terapia oncológica escolhida, da área afetada pelo câncer, da condição de fertilidade antes da terapêutica e da idade do paciente.

Em tratamentos com quimioterapia, como ela age sistemicamente, pode chegar aos testículos através da corrente sanguínea e interferir na formação dos espermatozoides. Já a radioterapia, se feita na região do aparelho reprodutor masculino, pode trazer maior risco de infertilidade. Ainda assim, o paciente deve ser avaliado, pois pode ter um comprometimento apenas temporário da sua fertilidade.

Nos casos, onde o tratamento é cirúrgico e o paciente precisa remover o testículo(s) ou a próstata, a perda da fertilidade é permanente.

O indicado é que o paciente converse com o oncologista, antes do início do tratamento, para avaliar a possibilidade da criopreservação (congelamento) do esperma.

Caso o paciente não tenha realizado a criopreservação antes do tratamento oncológico e deseja ter filhos, é necessário que ele procure um especialista em Reprodução Humana para avaliar se houve ou não a perda da fertilidade.

Em casos específicos, em que não houve a preservação dos espermatozoides e o paciente torna-se azoospérmico (sem espermatozoides no ejaculado) há possibilidade de captura de espermatozoides diretamente dos testículos ou do epidídimo, através de cirurgias como a Micro-TESE, PESA e MESA.

Como saber quanto tempo uma mulher tem para ter filhos?

Com os avanços da medicina é possível prever quanto tempo a mulher tem para engravidar. Mulheres que desejam ser mães, mas sentem que ainda não é o momento, podem se programar de forma adequada, evitando problemas quando decidirem ter filhos.

Os principais exames indicados para esse caso são:

  • Avaliação da reserva ovariana: pode ser indicada a dosagem do hormônio folículo estimulante (FSH), estradiol, inibina B e hormônio anti-mülleriano (AMH) para estimar a quantidade de óvulos remanescentes;

  • Ultrassonografia transvaginal com contagem de folículos antrais (CFA): também avalia a reserva ovariana. Quando feito com preparo intestinal é possível avaliar se há endometriose.

Caso o resultado dos exames aponte para uma baixa reserva ovariana, é possível realizar o congelamento de óvulos para a preservação da fertilidade da mulher.

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